H.C.Andersen em Portugal
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Partida de Copenhaga, Janeiro de 1866
Hans Christian Andersen e................ em Portugal de 6 de Maio a 14 de Agosto de 1866. Da sua viagem ao nosso país, como f...... das muitas outras que realizou, aquele que f........... um dos maiores viajantes do seu século, ............. um relato — a obra Uma Visita a Portugal em 1866(1) (Et Besolg i Portugal 1866), constituindo o volume 27 das Obras Completas publicadas em 1868, que não v.............(5) a ter posterior edição. Porém, ele e................ no Figaro de 1866, durante a sua estada no nosso país, as suas impressões sobre Lisboa e Setúbal. As partes respeitantes a Aveiro e Coimbra ........... publicadas em For Romantik og Historie 1868, antes de as utilizar na descrição completa da viagem. Curiosamente, em cartas escritas de Portugal para a Dinamarca, ........................ expressamente a publicação destas, assim mostrando a intenção de escrever uma obra sobre o país. A visita que .............., encontra-se também resumida em História da Minha Vida.
No seu diário íntimo ......................-se (10) anotações dispersas colhidas durante o tempo que em Portugal se demorou. Foi essencialmente com base neste diário e na Visita que Hans Aage Paludan publicou em 1933, um completíssimo estudo da estada do grande contista dinamarquês entre nós, anotando-o com todos os elementos que em Portugal e na Dinamarca ................... encontrar. Neste ensaio destaca com frequência o contraste entre o que Andersen escreveu no diário íntimo e na Visita, tentando assim demonstrar que nem sempre tudo foi «idílico», como o escritor ............... crer nesta última obra.
Como v.................... à mente de Andersen realizar uma viagem a Portugal? A história começa com o conhecimento de dois portugueses em Copenhaga, José e Jorge O'Neill. O encontro ...............-se (15) em casa do Almirante Wulff onde os dois irmãos .................... instalados, idos para a Dinamarca para aprenderem o idioma deste país. Aí se ............................. por quatro anos, durante os quais Andersen ........................ contato com eles. Alguns bons anos volvidos, Andersen já escritor mundialmente consagrado, ......................... o pedido de uma recomendação para Portugal de um compatriota que vai fazer uma viagem à Península. O contista ................-se (20) do amigo de juventude, Jorge O’Neill, então já cônsul da Dinamarca em Lisboa e ........................-lhe, recebendo pronta e amável carta que felizmente se conserva.
O'Neill ..................-o com entusiasmo a ver o seu país («...o nosso pequeno Portugal é um país muito interessante...») e .....................-o a empreender a viagem («alma y adelante — ce n'est que le premier pas qui conte»). E diz Andersen na Visita: «...a que se seguiram outras cartas, renovando nos mais calorosos termos o convite de ir eu também visitá-lo, ver a sua bela pátria, hospedando-me na sua casa, onde ............... como na minha própria, tudo aceitar tão bem quanto sentimentos entusiásticos o prometiam e cumpriram». O convite recebido .................-o (25) perplexo, tendo registado no diário: «à... noitinha carta de Jorge O'Neill com o seu retrato e convite para ir a Lisboa; .......................-me grande vontade de empreender esta viagem, mas depois ............... o receio, quer pela travessia do mar quer pelas dificuldades por terra». P......... conselho aos amigos, estudou as possibilidades, ......................-se das ligações de caminho de ferro em Espanha. De manhã ........ (30) pela viagem, à noite ...............-a. Aborrecimentos com o Teatro de Copenhaga e a contrariedade sobrevinda de ter de abandonar os aposentos em que há muito .................... alojado, concorrem para a decisão duma viagem mas a hesitação prolongava-se. A partida ........... marcada para depois do Natal, após ter recebido carta de O’Neill que lhe assegura não haver qualquer caso de cólera no país e lhe envia «odorosas violetas de Portugal, como saudação da Primavera que o espera em Lisboa».
Andersen em Portugal
Hans Christian Andersen esteve em Portugal de 6 de Maio a 14 de Agosto de 1866. Da sua viagem ao nosso país, como fez das muitas outras que realizou, aquele que foi um dos maiores viajantes do seu século, deixou um relato — a obra Uma Visita em Portugal em 1866 (1) (Et Besolg i Portugal 1866), constituindo o volume 27 das Obras Completas publicadas em 1868 (Samlede Skrifter af H. C. Andersen, C. A. Reitzel, Copenhaga, 1868), que não veio a ter posterior edição. Anteriormente, porém, escreveu no Figaro de 1866, durante a sua estada no nosso país, as suas impressões sobre Lisboa e Setúbal, em cartas para Robert Watt, publicadas nos n.os 35 e 50 desse jornal. As partes respeitantes a Aveiro e Coimbra foram publicadas em For Romantik og Historie de H. P. Halst, I, 1868, antes de as utilizar na descrição completa da viagem. Curiosamente, em cartas escritas de Portugal para a Dinamarca, proibiu expressamente a publicação destas, assim mostrando a intenção de escrever uma obra sobre o nosso país. A visita que nos fez, encontra-se também resumida em História da Minha Vida (Mit Livs Eventyr).
No seu diário íntimo encontram-se anotações dispersas colhidas durante o tempo que em Portugal se demorou. Foi essencialmente com base neste diário e na Visita que Hans Aage Paludan publicou na revista Edda (vol. 33), em 1933, um completíssimo estudo da estada do grande contista dinamarquês entre nós, anotando-o com todos os elementos que em Portugal e na Dinamarca pôde encontrar. Neste ensaio destaca com frequência o contraste entre o que Andersen escreveu no diário íntimo e na Visita, tentando assim demonstrar que nem sempre tudo foi «idílico», como o escritor faz crer nesta última obra.
Na Dinamarca guardam-se algumas recordações da viagem de Andersen a Portugal, na Biblioteca Real de Copenhaga e na Casa-Museu de Andersen em Odense, como o desenho do Aqueduto das Águas Livres feito pelo contista numa carta para a S.a Henriette Collin, uma carta de Castilho, o passaporte de Andersen utilizado na viagem a Portugal, a conta das despesas dessa viagem, um pedaço de cortiça levado de Setúbal.
Como veio à mente de Andersen realizar uma viagem a Portugal? A história começa com o conhecimento de dois portugueses em Copenhaga, José e Jorge O'Neill, nos tempos da juventude, quando ainda aprendiz de belas letras e quase ignorado. O encontro deu-se em casa do Almirante Wulff onde os dois irmãos estavam instalados, idos para a Dinamarca para aprenderem o idioma deste país. Aí se demoraram por quatro anos, durante os quais Andersen manteve contacto com eles, tendo depois os dois portugueses partido para a Suécia e regressado ao Reino. Alguns bons anos volvidos, Andersen já escritor mundialmente consagrado, recebe o pedido duma recomendação para Portugal dum compatriota que vai fazer uma viagem à Península. O contista lembra-se do amigo de juventude, Jorge O’Neill, então já cônsul da Dinamarca em Lisboa e escreve-lhe, recebendo pronta e amável carta que felizmente se conserva.
O'Neill convida-o com entusiasmo a ver o seu país («...o nosso pequeno Portugal é um país muito interessante...») e incita-o a empreender a viagem («alma y adelante — ce n'est que le premier pas qui conte»). E diz Andersen na Visita: «...a que se seguiram outras cartas, renovando nos mais calorosos termos o convite de ir eu também visitá-lo, ver a sua bela pátria, hospedando-me na sua casa e na do irmão, onde estaria como na minha própria, tudo aceitar tão bem quanto sentimentos entusiásticos o prometiam e cumpriram». O convite recebido deixou-o perplexo, tendo registado no diário: «à... noitinha carta de Jorge O'Neill com o seu retrato e convite para ir a Lisboa; despertou-me grande vontade de empreender esta viagem, mas depois veio o receio, quer pela travessia do mar quer pelas dificuldades por terra». Pede conselho aos amigos, estuda as possibilidades, informa-se das ligações de caminho de ferro em Espanha. De manhã é pela viagem, à noite receia-a. Aborrecimentos com o Teatro de Copenhaga e a contrariedade sobrevinda de ter de abandonar os aposentos em que há muito estava alojado, concorrem para a decisão duma viagem mas a hesitação prolonga-se. A partida é marcada para depois do Natal, após ter recebido carta de O’Neill que lhe assegura não haver qualquer caso de cólera no país e lhe envia «odorosas violetas de Portugal, como saudação da Primavera, que o espera em Lisboa».
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