segunda-feira, 19 de setembro de 2016

predicados VAC (2)




A Significação dos Predicados V A C













Uma maneira de detectar a dominante sensorial de uma pessoa é ouvi-la falar, estando-se particularmente atento às palavras de base sensorial. Quando nos descreve sua experiência, nosso interlocutor seleciona, em geral num nível inconsciente, as palavras que a representam melhor. linguagem reflete o pensamento. As palavras escolhidas por aqueles que nos falam são o reflexo dos processos internos que utilizam para construir sua experiência presente.
        Escutando as palavras (os verbos, os adjetivos e os advérbios), podemos saber que sistema de representação uma pessoa utiliza num dado momento.

        "Acho que vamos defrontar-nos com um problema difícil de carregar nos ombros. É hora de manter os pés bem firmes no chão e ficarmos juntos."
        "Preciso discutir esse negócio consigo. Embora haja risco, o que ele promete me soa bem. Gostaria que você me desse a sua opinião."

         "Se você examinar com atenção a nossa proposta, verá que tentamos conciliar o seu ponto de vista e o nosso. Não consigo perceber o que o preocupa nesta proposta."
        Os predicados são palavras que repousam sobre uma base sensorial. Aquele que lhe diz estar vendo claramente o cerne da questão indica que naquele momento está construindo sua experiência interna de maneira visual. O que alega "não ter contato consigo" indica que ele está avaliando a experiência que possui do relacionamento de modo cinestésico.
        Por mais surpreendente que pareça, os nossos interlocutores dizem-nos  a cada instante o que estão a fazer interiormente. Além disso, fazem-no também de forma não verbal, através dos gestos e movimentos oculares. (próximo artigo).
Abaixo alguns exemplos de palavras de base sensorial.

VISUAL (v)AUDITIVO (a)CINESTÉSICO (c)INESPECÍFICOS
Ver, olhar
mostrar, perspectiva
imagem
claro, esclarecer
luminoso, sombrio
brilhante, colorido
visualizar, iluminar
vago, impreciso, nítido
brumoso, uma cena,
horizonte, clarão
fotográfico
Ouvir, falar
dizer, escutar
perguntar, dialogar
acordo, desacordo
soar, ruído, barulho,
ritmo, melodioso
musical
harmonioso
tonalidade, discordante
sinfonia, cacofonia
gritar, urrar, uivar
Sentir, tocar 
em, pegar em, contato com,
conectado, relaxado
concreto, pressão
sensível, insensível
sensitivo, delicado
sólido, firme, imobilizado
mole, ferido, ligado
caloroso, frio
tensão, duro, excitado
carregado, descarregado
Percebe
experimenta
entende
pensa
aprende
processa
decide
motiva
considera
muda
ter em mente,
podes crer?
      
Certos predicados não são precisos do ponto de vista sensorial, e é esta a razão por que uma frase não lhe dará indicação nesse domínio. Caso de palavras como: compreender, pensar, recordar-se, saber, crer etc. Nesse caso, perguntas simples, do tipo "Como você sabe isso?" ou "Como você faz para aprender isso/recordar-se etc.?", permitem obter a informação. O seu interlocutor o informará do processo interno que utiliza. É provável que você receba respostas como: "Bem, vejo que..." ou "Digo-me a mim mesmo que...", ou ainda "Sinto que..."
        Às vezes, ao contrário, você descobrirá vários sistemas utilizados na mesma frase.
        - "Vejo bem o que você está a dizer."
        - "O que você experimentou está a dizer."
        Mesmo nesse caso, o sistema dominante fica facilmente referenciável. A primeira pessoa é provavelmente visual. A sua estratégia consiste em traduzir o que você diz (A) em imagem (V). Seja Ae ---> Vi. É assim que suas palavras podem tomar um sentido para ela.
        A segunda é de dominante auditiva. Ela traduz o vivido cinestésico do parceiro em termos auditivos. É utilizando tal registro que ela dá sentido às suas palavras.
        Para ilustrar uma combinação diferente, em circunstâncias semelhantes, um cinestésico teria podido dizer: "Sinto muito bem o que você está a dizer-me." É a frequência de emprego desses termos que permite determinar a dominante sensorial.
        Ao escutar cada uma dessas frases, temos condições de saber como o indivíduo constrói instante a instante sua experiência da realidade. Numa situação de tomada de decisão, por exemplo:
para o visual, "Ver é crer"
já o auditivo precisa de algo que lhe fale," Isso diz-me alguma coisa"
cinestésico terá "Necessidade de senti-lo"
        Estas informações têm repercussões importantes em matéria de comunicação e podem mostrar-se decisivas no campo profissional.

Utiliza o vocabulário de cima (dos quatro grupos) para escrever uma experiência vivida. (mais ou menos 100 palavras)
De que grupo escolhes mais palavras e de qual usas menos?


Caça ao erro ortográfico!












Seguem abaixo exercícios para ajudá-lo a estimular seus sentidos:
Visual
1. Olhar à sua volta, fechar os olhos e visualizar o que estava a ver antes.
2. Jogo da memória, caça-palavras, jogo dos 7 erros.
3. Perceber o maior número de cores à sua volta.
4. Quando estiver a caminhar na rua prestar atenção aos prédios, árvores e edifícios à sua volta.
Auditivo 
1. Ficar algum tempo de olhos fechados e prestar atenção ao maior número de sons à sua volta.
2. Ouvir música de olhos fechados e perceber os sons dos diferentes instrumentos.
3. Experimentar falar em diferentes tons e velocidades (mais agudo/mais grave; mais rápido/mais lento).
4. Quando estiver falando, preste atenção ao som de sua voz.
Cinestésico 
1. Tomar banho prestando atenção às sensações corporais.
2. Prestar atenção às diferentes texturas dos objetos (roupas, almofadas, papel).
3. Sentir o cheiro da comida antes de começar a comer.
4. Antes de dormir, ir relaxando uma parte do corpo de cada vez, prestando atenção às sensações.
Para conhecer e identificar o sistema representacional preferido de outras pessoas, sugerimos ler o artigo:
A Significação dos Predicados V A C

Sem comentários:

Enviar um comentário